segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Calango Bambo

Subia na parede da varanda lá de Wanda
Um calango na rameira que beijava areia
Era doce o leve vento tão discreto ao relento
Pobrezinho do calango, de concreto ao cimento
Viu a morte, vê se pode? O canino o desossou
Era plano do calango encontrar o seu amor

sábado, 10 de julho de 2010

Visões Panorâmicas de Lixos Humanos

Quem me dera eu conseguisse poupar-me de tantas palavras
Tantas desnecessárias
Avise a flor de lótus que sua ira desabrocha
Desabrocha pois mal me conduzi, ao ódio te induzi
Despercebido desatino
Avacalhação, senti-me de bruços numa esteira de fel
Deleitado sobre facas
Pisado por foscas navalhas cegas
Na ferrugem me feri
Ao olhar panorâmico desse meros, reduzo minha proximidade
O fedor de enxofre invade o ambiente
Estou doente
Minhas lentes são uma amálgama de irritações
Vem e me aquieta
Mesmo em meio a guerras
Com um suspiro raro
Me liberta
Cegueira

Alegoria de Pensares Remotos

Vou esperar tempos largos, árduos
Ganhar de presente a felicidade
A custas de dores alheias
Meu sinal, de sorriso torto irreal
Mas minha alma grita enfim
Por dentro quase posso explodir

Mas eu vejo em ti
Tantas marcas de dor,
Sem rancor me vesti
Enxugando seu rosto
Fiz de tudo um muro maior

Minha culpa indevida se acostuma
Rezo, em minha prece vejo
Um doce tão amargo desejo
Meu limite é mais uma estrada que encontro
Onde não enxergo o fim
onde o amor fala por mim