sábado, 11 de setembro de 2010

O preto e branco sobre cores

Voa passarinho e traga para mim
aquele bilhetinho pra me fazer sorrir
se é ela, quem tanto esperou por mim
sim é ela meu grande amor tão longe assim

Vem ser a noiva do cowboy, moça
vem ser a dama do malandro
conhecer um belo imperfeito
Mundo de emoções e cores
sobre o preto e branco

É certa a espera, quando bela
ela for a motivação que um pobre sonhador levou
consigo nesse peito que quase não aguenta
essa larga demora

Nosso sol, não virá por agora
esperar, é algo que me fará cansar
mas creio que não desisto assim
esse peso que eu carrego
no meu caminhar, não agride
mas me falta o ar, de saudade
meus prantos são chuvas
O preto e branco sobre cores

ao meu derredor me sufocam os meus versos
perdi o meu dom, digo, aquele privilégio
de ser tão racional, banal de caso sério
de ser tão de certezas e tristes mistérios

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Calango Bambo

Subia na parede da varanda lá de Wanda
Um calango na rameira que beijava areia
Era doce o leve vento tão discreto ao relento
Pobrezinho do calango, de concreto ao cimento
Viu a morte, vê se pode? O canino o desossou
Era plano do calango encontrar o seu amor

sábado, 10 de julho de 2010

Visões Panorâmicas de Lixos Humanos

Quem me dera eu conseguisse poupar-me de tantas palavras
Tantas desnecessárias
Avise a flor de lótus que sua ira desabrocha
Desabrocha pois mal me conduzi, ao ódio te induzi
Despercebido desatino
Avacalhação, senti-me de bruços numa esteira de fel
Deleitado sobre facas
Pisado por foscas navalhas cegas
Na ferrugem me feri
Ao olhar panorâmico desse meros, reduzo minha proximidade
O fedor de enxofre invade o ambiente
Estou doente
Minhas lentes são uma amálgama de irritações
Vem e me aquieta
Mesmo em meio a guerras
Com um suspiro raro
Me liberta
Cegueira

Alegoria de Pensares Remotos

Vou esperar tempos largos, árduos
Ganhar de presente a felicidade
A custas de dores alheias
Meu sinal, de sorriso torto irreal
Mas minha alma grita enfim
Por dentro quase posso explodir

Mas eu vejo em ti
Tantas marcas de dor,
Sem rancor me vesti
Enxugando seu rosto
Fiz de tudo um muro maior

Minha culpa indevida se acostuma
Rezo, em minha prece vejo
Um doce tão amargo desejo
Meu limite é mais uma estrada que encontro
Onde não enxergo o fim
onde o amor fala por mim

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O cheiro do ralo

Fraco, derrotado, logo passa, logo acaba
É intervalo,entre dois ralos, o sucesso raro
O teu regresso é o teu progresso

Não venha me estorquir, seu olho de vidro
quer me denegrir
Te vendo esses selos tão velhos
Preciso pagar minha dívida, és A minha saída
Ter ver em prantos é gozo demais
Recusou minha oferta tão justa

O cheiro do ralo é o teu elixir 2x


Todo o mal que te envolve
É lixo que alma engole
Seu conformismo
Todos homens que viram a esfera
Seu blefe foi junto com ela
Mas ninguém confia mais em ti

Mulheres perdidas, fiasco do teu patrimônio
Palavras perdidas no tempo espaço
Sozinho você vai morrer, você vai morrer, você vai morrer

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Teima

Um coração que não sabe amar
É ilusão que não bate na porta
E entra assim, sem avisar
Pra machucar quem o suporta

Essa história de não mais tentar
Vem, logo passa
A paixão exala novamente o seu perfume no ar
Você se rende, quebra a promessa
Se entrega, não pensa
A razão dispensa para remar
Contra a corrente
Incoerente o seu jeito de amar
Tão perturbado, nas suas noites
E em seus dias também

O segredo está lacrado
Mas hoje te revelo
O amor não é acaso
O tempo é intervalo

Precisa paciência
Amigas são as horas
Planeje e te segure
Pois o vento sopra forte
E te leva à frustração

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Farrapos

O pé descalço já não sabe o que é mais
A terra, o asfalto, o conforto em reais
Corre bem solta a lamúria escorre e atura
Tanto desaforos tão justos
De quem é a culpa, rapaz? sabe lá
Contigo o pão estragado é farto
Me atinge o forte odor dessa droga
Revolta de um ser, partido em varios
Partido de trapos, coração partido