sexta-feira, 26 de março de 2010

Imagem e Status

“Se eu tivesse outra embalagem, você não estaria conversando comigo com esse tom, fazendo essa cara, e talvez nem estivesse conversando comigo.” Um cara qualquer na rua.

O mundo atual vive em função de seguir os padrões que lhe são impostos. Quantas vezes você subestimou alguém, ignorou alguém, indeferiu à pessoa, mesmo que inconscientemente, apenas pela imagem que ela apresentava?A boa aparência física se enquadra como sendo um dos principais padrões que rege a humanidade desde os primórdios, padrões que mudaram sua forma ao longo dos séculos mas sempre mantendo a essência de que o que é bom é aquilo que é belo. Afinal, o que é belo realmente? Nós, humanos, somos como produtos em um grande supermercado, temos uma capa, uma embalagem, ou, se preferir, um cartão de visita. E não é só uma boa aparência física que interfere nas relações interpessoais, o status diz muito. Juntos, o status e a boa imagem, proferem com quem o sujeito irá se relacionar. Existe exceções, claro, nem todos pensam assim, mas em sua grande maioria, os seres humanos são seres repugnantes que são induzidos pelo olhar a forma, olhar a imagem do universo em si, desde pequeno, já nascemos sabendo o que é bonito e o que é feio, pois em nossas mentes é plantado desde que somos bebês, o conceito de beleza.

O local onde crescemos, vivemos pode influir naturalmente em nossas relações, temos um status que pode nos favorecer ou nos desfavorecer. Geralmente há um tratar de igual pra igual socialmente quando se fala em pessoas com os mesmos recursos aquisitivos. Quando se pensa em status distintos sempre vai haver uma diferença no tratar e na ótica de ambos os lados, pois já não é um convívio tão habitual, e como eu já disse, são distintos. são coisas que nos passam imperceptivelmente no pensar e no olhar.

Imagem e status, pensem, progressão ou precipício da humanidade? Você olha uma comida, ela parece bastante apetitosa, há uma beleza mútua, ela te atrai, só que, você decide comer essa comida, o primeiro contato já não é tão desejável quanto era a imagem dela, vai comendo e descobre que está salgada, ou azeda, ou amarga, você cospe aquilo, nem ao menos consegue digerir o alimento, assim são as pessoas, apresentam uma coisa que pode ser totalmente o oposto de seu conteúdo. Toda base disso é o olhar, a imagem, responsáveis pelo pré-conceito de muitos. As vezes não damos nada pelo indivíduo mas vamos convivendo e descobrindo que o que importa não está na primeira impressão,e sim na convivência e no conhecer o sujeito que, diversas vezes, pode nos surpreender e nos proporcionar coisas que nem imaginamos que pudessem nos proporcionar.

Certa vez, me apaixonei por uma garota, inicialmente éramos grandes amigos ,até que, resolvi contar pra ela que eu tinha sentimentos por ela que iam além da amizade. Depois que ela ficou sabendo de tudo o que eu sentia, começou a me tratar diferente, nem se quer me cumprimentava mais. Usando o raciocínio dela, entendi que talvez ela estivesse usando disso pra me afastar já que não era algo que ela poderia corresponder, mas, e nossa amizade? Não importava mais? Não dava pra ser mais cordial e compreensiva, sem usar do desdém como escape para a situação? Tive uma idéia então, fui no site de relacionamento Orkut e criei um perfil fake, coloquei fotos de um sujeito bonito, de acordo com os padrões, criei também um MSN e usei um telefone falso, daí em diante comecei a me comunicar com a garota que havia me desprezado, eu agia da mesma forma, eu era simplesmente eu mesmo mas com um rosto que não era meu, pensava e dizia coisas que normalmente eu dizia mesmo, não mudei nada da minha personalidade, mesmo sem contato físico, eu e a garota nos tornamos mais próximos e ao poucos fui percebendo um grande interesse por mim da parte dela, verdadeiramente ela estava muito interessada. Mas como assim? Então o que ela via em mim que não gostava era apenas a aparência física? Agi com bastante imaturidade mas quis de alguma forma não me sentir um grande babaca, então marquei um encontro com a garota, no telefone ela mostrou bastante empolgação, fiz questão de não ir e deixá-la com cara de taxo.

Citei apenas um exemplo de que como a imagem da pessoa pode influenciar na relação dela com outras pessoas, com menos intensidade, mas o status social pode ser visto da mesma forma. Ligamos muito pra aquilo que vemos, não nos importamos em conhecer de fato o sujeito ou o produto antes de julgar ou formar alguma opinião, ou, às vezes, mesmo conhecendo bem uma pessoa, pensamos muito na opinião alheia, como as outras pessoas nos verão se eu estivermos com tal pessoa, e nesse caso, o pensar dos outros vale mais que o nosso, queremos viver em função de falsidades e aparências.

Ver a vida passar com o pensamento de que tudo aquilo que é bonito sempre é sinônimo de qualidade é o mesmo que se auto crucificar pois perdemos inúmeras vezes,varias boas oportunidades de conhecer pessoas incríveis e viver coisas que só viveríamos se deixássemos de lado toda conceitualidade sobre casca humana, fossemos cegos pra certas coisas, e elaborássemos nossos próprios padrões, a fim de não se deixar levar pela opinião de um bem comum de nossos próximos ou distantes, pois a essência humana ultrapassa os limites dá imagem exterior ou conduta social. E como já dizia o dito popular: "Não julgue um livro pela capa."

4 comentários:

  1. kara, sinto muito mas fiquei com preguiça de ler tudo... iehaiueeiuh!

    muito grande... vc poderia fazer um resumo... =D

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  2. Eu achei muito bom, e apesar de ser um 'tema' bastante discutido, instigante... Confesso, no início pareceu texto de alguém do ensino médio assim, 'o mundo atual vive...' e tal, mas no fim achei bem escrito.

    "O que é preciso não está na cara, mas está na CARAS este mês"... hahaha!!

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  3. Esse tema é complexo... E a gente não tem como fazer as pessoas simplesmente mudarem um conceito tão arraigado.

    Sabe de uma coisa? O essencial é invisível aos olhos, e as pessoas que realmente valem a pena são capazes de enxergar isso...

    Cultive-se!

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